Yoon Suk Yeol decreta lei marcial para conter ameaças à liberdade e combater oposição considerada antiestatal
Hoje, 3 de dezembro, o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial sob o pretexto de evitar “forças anti-estado” que poderiam ameaçar a liberdade da população.
A medida foi tomada em meio a acusações de que a oposição política estaria simpatizando com a Coreia do Norte e paralisando o parlamento com atividades consideradas antiestatais. “Vou acabar com as forças anti-estado o mais rápido possível e normalizar a operação do país”, afirmou Yoon durante um briefing televisionado em seu escritório.
O presidente destacou que a oposição estaria “paralisando os tribunais ao ameaçar juízes e acusar promotores, além de tentar remover o Ministro do Interior, o principal regulador de radiodifusão, o chefe do Conselho de Auditoria e Inspeção e o Ministro da Defesa”.
Segundo o The Korea Herald, Yoon também criticou o corte de 4 trilhões de wons da proposta de orçamento nacional de 2025, atribuindo essa decisão a uma tentativa da oposição de enfraquecer sua administração.
O comissário da Agência de Polícia Metropolitana de Seul, Cho Ji-ho, declarou:
Quando a lei marcial é declarada, toda a autoridade passa para o Ministério da Defesa Nacional, que designa um comandante. Sob as diretrizes do comandante, a polícia é encarregada do controle social. Estamos atualmente aguardando novas instruções.
Para liderar o comando, Yoon nomeou o Chefe do Estado-Maior do Exército, General Park An-su.
A lei marcial de emergência na Coreia do Sul pode ser declarada em situações de guerra, grandes emergências nacionais ou graves interrupções da ordem pública que prejudiquem as funções administrativas e judiciais. Nesse cenário, os militares assumem amplos poderes, incluindo controle administrativo e judicial, restrição de liberdades civis e controle da imprensa.
Essa é a primeira declaração de lei marcial no país em mais de 40 anos, somando-se às 17 declarações anteriores desde 1948.
Crédito da imagem em destaque: Reprodução/Yonhap